quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

estive aqui, mas estive longe.

São quatro da manhã e eu escuto o novo single do The XX... e eu não deveria estar pensando em você. Na verdade, The XX me traz memórias de um amor outro, de uma época onde nem imaginei que estaria eu naquele ônibus de merda que me levou pra'quela cidade praiana onde te conheci. Me traz memórias de um amor que nasceu, viveu e morr... e vive platônico até o dia de hoje. O engraçado desse amor é que ele existe de ambos os lados, mas o destino, o acaso, o universo ou todos eles juntos sempre trataram de mantê-lo num plano tão absurdo que ele nunca teve chance de acontecer. Bom, isso até aquele dia quando fechei de vez minhas malas e chorei o choro mais doído da vida. Ele veio me abraçar e foi a última vez que senti seu cheiro tão seu, que costumava sentir toda vez que abria seu quarto pra falar de qualquer coisa que fizesse parar o tempo. Naquela tarde eu o desconcertei tanto com meu pranto que ele teve que me beijar para me calar. Nunca mais falamos sobre isso.
Nossa, The XX também me lembra uma outra insinuação de amor. De uma e outra noite quando comi cerejas e tomei rum com um garoto de beleza mística que muito me cativou. De ouvi-lo dizer que o protagonista de The Catcher in the Rye tinha características em comum com ele. De ouvir suas histórias da Índia e da Bélgica. Me lembro de sentir borboletas no estômago quando ele disse "hey, can I come over to get XX songs? I really like them". Oh, como não me sai da memória a primeira vez que me deparei com os olhos mais azuis... É que chovia e os pingos gelados me estavam quase ferindo a pele, eu só queria entrar de novo no táxi vermelho que me levaria para casa. Mas eu o olhei e por tanto tempo desejei continuar naquele olhar de olhos para que pudesse guardar para sempre todos os traços de seu rosto, as marcas em sua pele, as nuances de seu cabelo.
The XX me remete a lugares tão longes, tão guardados dentro de mim. E ainda assim, nesta noite de verão, escuto The XX e lembro de uma lembrança não tão longínqua, não tão passado quanto as contadas anteriormente. Faz-me pensar em ti e no teu cabelo não cortado. Faz-me pensar que eu queria te abraçar mais forte e dizer que me faz falta passar tempo na tua cama. Sei lá, me faz pensar que... Sei lá.

PS.: escrito sob efeito de coração partido e álcool. Não foi nem será revisado. Tampouco será excluído, posto que é fruto de um sentir intenso que não deve ser ignorado.

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