quarta-feira, 25 de abril de 2012

do aeroporto

Depois de um tempo, cada minuto se transforma em todo um universo onde pensamentos se perdem, sugados para o inconsciente como se fosse este um imenso buraco negro. Assim é a solidão para mim: uma absoluta aniquilação da inspiração que impede a vida de se tornar insípida.
Foi uma pena para minha arte sentir um amor tão intenso quando não havia ninguém por perto para escutar minha dissecação obsessiva de cada momento compartilhado. E este pobre amor não se fez poesia nem conto, tornou-se nada mais do que uma coleção de pensamentos aleatórios anotados em pedaços de papel perdidos na minha bolsa, ao lado de embalagens de chocolate e guardanapos de restaurantes.
Vai tudo pro lixo.
O amor, inclusive.

sábado, 14 de abril de 2012

terça-feira, 10 de abril de 2012

domingo, 8 de abril de 2012

arde.

Acabo de ver teu nome na minha caixa de entrada e sentir meus batimentos cardíacos acelerarem, até quase chegar meu coração à garganta. (Sem Assunto) como assunto me deixou intrigada.

Mas é claro que não era nada,

escrever de ti é descrever desilusão.

sábado, 7 de abril de 2012

Mora na Filosofia

Eu vou te dar a decisão.
Botei na balança
e você não pesou;
Botei na peneira
e você não passou.
Mora na filosofia,
pra que rimar amor e dor?
Se seu corpo ficasse marcado
por lábios ou mãos carinhosas,
eu saberia, ora vai mulher,
a quantos você pertencia.
Não vou me preocupar em ver,
seu caso não é de ver pra crer...
Tá na cara.



Caetano Veloso

sexta-feira, 6 de abril de 2012

muse fortuite IV

Eu te encontro nessa vida sempre que o universo atende meu chamado. É que alguns dias (mais que outros) é essencial sentir o coração acelerar tanto que deixe meu pulso perceptível através da blusa. E isso, só quem me tem provocado é você, ma muse. Então tudo bem que nada relacionado a ti esteja sob meu controle... desde que eu sempre tenha seus beijos de boa noite.

terça-feira, 3 de abril de 2012

descompasso

Sempre soube dos perigos que existem no fundo dos olhos alheios, mas foi somente na noite passada que fui absolutamente arrastada para dentro de um par de olhos. Já havia me acontecido de ser tragada para um outro universo através de trocas de olhares profundos, mas estes eram acompanhados por palavras, toques e uma série de preliminares emocionais. Dessa vez porém, foram nada mais que duas enormes jabuticabas bem maduras que me olhavam assim, primeiro de longe, então mais perto, mais perto, até que sua respiração e a minha eram uma só, até que seu corpo e o meu se fundiam - das mãos aos braços aos abraços aos beijos.
E foi todo um desalinhar de eixos que me provocou ser engolida pelos olhos desse ser. Causou uma descoordenação total na bússola que me norteia. Ocasionou um pequeno terremoto nas poucas estruturas sólidas que tenho dentro de mim. Nem sei direito a razão de tamanho rebuliço, e talvez precise só de tempo para entender. Para parar de tremer com a lembrança daqueles olhos se acercando cada vez mais do meu campo energético e infiltrando-se em lugares que havia decidido fechar para balanço.

Balanço este que já não há.