terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

european redneck #2

I told him to leave me alone that night I was such a mess. Instead, he showed up at my door with a fake pink flower. He handed it to me as he said:
- All you need to do is to destroy something beautiful.
So I did it while silently screaming all the hatred that had been intoxicating me the past few weeks.
Then I began listing all the accrued sorrows I was going through in the most humorous way I could find. I was facing the mirror, putting on outrageous orange eye shadow, trying to laugh of my own pathetic jokes. When I looked back, he was severely crying tears that belonged to me.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

There's only so much I can apologize for.
And for some of the things you want me to
I do not feel sorry.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Acordei pensando nele; em sintetizadores e galpões grafitados. Na linha Circular 116.1 e encontros inesperados. Em colisões voluntárias e desejos heterodoxos.

Quando comecei esta reflexão, o título era "The man that makes me want to go steady". Depois de escrever e apagar muitas linhas, percebi que seria mais acurado nomear um registro sobre ele como "Capricho", no seu sentido mais puro de querer infundado.

Decidi não nomear o texto e dissuadir-me de pensar nele, que encontra-se fora do meu alcance por tempo indeterminado. Há anos ele optou por possuir e ser possuído. O homem que me faz querer casar já desfruta de uma relação monogâmica com outrem.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

walk away

Estou há um tempo tentando traduzir walk away  para o português e o mais próximo que consegui foi uma descrição da última vez que o vi.
Dancei até as luzes da festa se acenderem, indicando seu fim. Olhei para trás. Ele estava perto o bastante para olhar-me, mas suficientemente longe para que não houvesse necessidade de cumprimentarmo-nos. Jaqueta de couro, cigarro na boca; sua beleza decadente foi o que me chamou a atenção na primeira vez que o vi e seguiu encantado-me outra e outra vez. Há alguns anos, ao assistir Rebel Without a Cause, pensei em James Dean como o ápice da sensualidade masculina... e no início da vida adulta, finalmente realizei meu capricho adolescente de sair com um homem assim.
Nossos olhos encontraram-se sem querer. Havíamos passado a noite toda delicadamente fugindo um do outro para respeitar nossos campos energéticos, que andam incompatíveis nos últimos tempos. Porém naquele momento, não houve fuga. Olhamo-nos. E o que me pareceu mais correto comigo mesma foi voltar meus olhos para o amigo que me acompanhava, perguntar-lhe qualquer coisa sobre qualquer assunto, sentar e aliviar a pressão sobre os pés calçados em salto por tanto tempo. Esquecê-lo.
Só que temos uma danada de uma visão periférica que pode ser muito traiçoeira. E a partir dela vi as mãos do meu Jim Stark percorrerem as costas de um vestido branco. Não poderia descrever a garota que o vestia. Meu foco foi no movimento dele, que a tocava de cima para baixo. Pensei que ele era óbvio demais em suas investidas. Senti vontade de fumar um cigarro.
Creio que foi este o momento no qual consegui walk away. Apaguei seu número de minha lista de contatos no celular. Suas mensagens também. Não tenho maneiras de encontrá-lo por querer próprio. A sincronicidade funcionou de forma a fazer meu motorista da noite declarar-se pronto para partir. Segui-o em direção à saída, e por alguma razão ele escolheu o caminho menos óbvio, pelo qual passaríamos entre uma grade e... bem, ele. Ele.
A cada passo me perguntava qual seria a atitude de maior elevação espiritual, qual seria mais condizente com quem almejo ser, o que fazer desse encontro. E na hora da decisão final, respeitei-me apenas. Se ainda existem coisas que desejaria dizer a ele, certamente não seria às cinco horas da manhã, numa casa noturna. E se não for verdade, não há porque sair nada dos meus lábios. Não queria perguntá-lo se ele estava bem, muito menos sorrir, dizer que eu também. Não. Só... não.
Passei por ele. Fui embora sem olhar para trás. Disse ao meu amigo que ele havia presenciado a remoção de um grande peso de minhas costas. Senti minhas asas estendendo-se outra vez. Estou livre. Já não há a âncora que ele me havia posto em um porto de areia movediça. Não vou mais ser sugada para esse fundo no qual não há fim nem salvação. Eu walked away para seguir por uma rota distinta. E não aceito grilhões que me prendam a ele de forma alguma. Creio que o que tivemos foi suficiente.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

O amor da minha vida.

Passei a vista sobre os escritos reunidos neste blog. Foram trinta e quatro musas e musos que inspiraram os textos produzidos em um ano e meio de pesquisa acerca do amor. Nesse período, li de Platão a Roberto Freire, passando por Gertrude Stein, mas sem esquecer João Ubaldo Ribeiro. Também nesse tempo, fui protagonista de umas tantas histórias de amor e passei por alguns desencantos. E reencantos. É que esse tal de amor é fluido, sabe como é...
A expressão "amor do meu agora" costumava soar genial. Parecia-me condizente com a maneira como desejo viver meus amores: contem em si a efemeridade do agora e a eternidade do amor, absolutamente precisa!
Acontece, queridões e queridonas, que andei mudando minha percepção sobre essa afirmação. Começo a ter a sensação que a estes tais amores do agora lhes falta uma boa dose de honestidade. E não consigo conceber associação entre afetividade e falta de verdade.
Dei-me conta nestes últimos dias que o que almejo viver de fato são amores de vida inteira. Amores com quem cresci e posso seguir crescendo junto. Amores que já chegaram à minha vida um pouquinho mais tarde e por razões que desconheço sinto que sempre estiveram ao meu lado. Amores que desaparecem de vez em quando e voltam de maneira orgânica. Amores que me raptam de casa à uma da manhã para passar tempo sob um céu lindo, estrelado. Amores que me acompanham em belíssimas alvoradas. Amores que vivem longe e não me esquecem. Amores com quem haja aprendizado, confluência de vivências, aconchego.
As características supracitadas não foram idealizadas. Cada adjetivo, cada momento descrito é tão real quanto poderia ser*. Não peço ao universo nada mais do que algo não só possível como existente. Cotidiano. Os amores da minha vida estão aqui. Alguns ao meu lado no agora, outros esperando a deixa do universo para colocar-nos outra vez no caminho um do outro. Nem me preocupo. Nossos encontros acontecen na hora certa.
Esta reflexão teve como trilha sonora uma canção que conheci em outra vida, quando meu quarto era iluminado por velas e luzes de natal. O ar cheirava a incenso. Era um mundo a parte, onde descobri um par de significados distintos para o sentir demasiado que tenho dentro da caixa torácica. Foi numa noite de lua cheia que tal canção tocou. Lembro disso porque imediatamente coloquei-a no iPod e me pus a caminhar sob o belo manto desalumiado da noite centro-americana. Sozinha. Olhei para cima e desejei que aquela mesma lua estivesse iluminando os caminhos de todas as pessoas que cabiam dentro de mim. De minhas memórias mais queridas e por mais ridículo que possa soar, de meu coração.
Que possamos entender o que nos desassossega. Que colhamos o que plantamos. Que encontremos dentro de nós toda a força necessária para desfrutar cada um dos passos de nossas jornadas.
Happy Valentine's, amores de minha vida, do meu passado, do meu presente, do meu futuro.

* "Tão real quanto poderia ser" foi uma tradução direta de "as real as it can be" e talvez faça um pouco mais de sentido em inglês. Não consegui achar, no entanto, uma frase que remetesse a este exato sentir. Deixo, então, esse pequeno deslize imortalizado.

** De acordo com Roberto Freire em Ame e Dê Vexame!, quando os franceses querem enfatizar o sentimento de amor por alguém utilizam-se da frase je t'aime d'amour - eu te amo de amor.

a greek god and the end of the festival of the flesh

I was dancing the sorrow out of myself, wishing the DJ would never stop playing. Fifth day in a row. Carnival was the chock treatment I chose in order to heal from what I had been feeling. Eyes closed, heart wide open, I was a dancing goddess, glad to be in another state of consciousness... till I felt a familiar arm grabbing my waist and his voice in my ear:

- You know you rock, don't you?

I opened my eyelids slowly, almost afraid of what I was going to see.

As I proceeded my way down the stream of memories he arouses in my mind, all I could do not to seem like a completely idiotic person was jumping right into his hug. I knew it would be a dangerous thing to do. Whenever we got together like that, close enough for us to feel each other's heartbeat, I'd spend the next week trying to get my head out of his beauty. This one, though, only lasted long enough for me to think of a semi-clever thing to say. It lead to another hug, followed by a kiss in the cheek.

I believe it was the first time he kissed me in such a brotherly way. When we were friends, I remember, all our touches were arousing, there was a constant desire in the words we uttered. We were fire on fire, even on the night he made clear that would be the last one we'd share. And so this little kiss was both chocking and relieving.

But then... he did it: stared into my eyes deeper than I could ever explain; touched the back of my neck somehow between soft and harsh; got indecently close to me.

- Yesterday was my birthday.

I laughed about how this whole increase of sexual tension culminated in such a non-sexual statement. It made me happy to learn that there's nothing there to save. And it made me think that... for some reason I'll probably never know, the universe wanted me to celebrate it with him.

Even though we no longer coexist, he was certainly something in my life. I used to count the hours to the moment we'd see each other again. He used to drive me home as slow as he could so we'd have more time to talk. We used to share so much of ourselves, things we never thought we'd feel like expressing in words. It was the most peaceful period I experienced since getting back to this town.

So I gave him the biggest of the hugs and wished that all the goodness in the universe would enlighten his way. In silence, I prayed for him to come back to my life one day. But only when we can make each other grow again. When we are on the same tune. When the air around us isn't filled up with the unnecessary load of things unsaid.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Meu caos é constituído por pequenas tempestades em copo d'água, uma atrás da outra.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

tres años

Podría describir cómo si hubiera sido ayer ese período de tiempo que en el calendario romano consta como entre el nueve y el diez de febrero del dos mil diez. Sé lo que tenías puesto  porque yo misma lo quité de ti pasado no más que una media hora. Llegué a tu habitación con muchas ganas, eso es lo que más tengo fresco en mi memoria. Y también la canción que me cantaste. Cambiaste "salsa" por "samba" en La Flaca y ya, me ganaste. Bueno, ya me habías ganado un par de meses antes, me ganabas madrugada tras madrugada, mientras hablábamos de todo lo que se podría hablar; del universo, de nosotros. Del universo de nosotros. Y nos besábamos con tanta sed... nos emborrachábamos de tanta saliva compartida. Íbamos al cielo y al infierno a la misma, sin nunca saber equilibrarnos, en verdad creo que éramos la razón para el desbalance que sufríamos. Yo temblaba en tus brazos, te pedía que no me soltara, me daba vértigo la idea de no tener tus manos en vuelta de mi cintura. Tu me mirabas bien fondo en los ojos y descubría secretos que ni siquiera yo me había enterado. Aprendimos uno al otro cada noche, pero esa... ah, esa. En esa noche no hubo los ruidos de afuera. No había ni pasado ni futuro. Solo lo que había en aquel cuarto de luz anaranjada era la materialización de un sentir que no lográbamos explicar. En falta de léxico apropiado, nombramos lo que hubo de amor.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

el amor por mi chamo

Há tempos senti vontade e lhe disse:
- Te amo e não quero que tenhas medo de meu amor. Ele não pertence a ti, nem deseja lhe prender. Ele é meu e seu objetivo é multiplicar-se cada vez mais.
Foi assim que lhe causei um belo vendaval dentro de si. Meu chamo não sabia receber amor assim. Tinha engessado seu conceito de amar. Por alguma razão, sua afetividade vinha recheada de medo.
Desde essa primeira expressão de meu sentir por ele, muito aconteceu; meses se foram, ele mudou-se de continente, eu estive em camas diversas. Tornamo-nos mais cúmplices a cada minuto e a distância física significou quase nada entre nós. Seguimos crescendo juntos, criando espaço um para o outro nos caminhos que trilhamos separados.
Dia desses, voltei a provocar-lhe os nervos. E não é que mesmo tendo provado a verdade contida nesse querer bem, meu gatito ainda age como se fosse escaldado? Depois de ser mimada por ele com palavras doces, lhe agradeci da maneira mais genuína que encontrei:
- Ah, querido... te amo.
- Creio que toda vez que ouvir isso ficarei assim: vermelho como um tomate!
- Pois acostuma-te com meu amor, que não penso em deixar de amar-te tão cedo...

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

boneca freak

Boneca, boneca.
Então algum delírio te faz pensar que nesta tua pele de porcelana existem rachaduras... Ah, mas se eu soubesse que este pensamento te tomava a cabeça, já teria contado há tempos que elas são invisíveis para olhos quaisquer que não os teus.
Todas as noites sinto vontade de escutar boa música no teu carro de brinquedo, os vidros abertos deixando entrar um vento que te bagunçaria os cabelos cor de mel. Atravessaria o Plano uma e outra vez se isso significasse mais tempo de escutar tua voz de veludo e teu riso embaraçado.
Foi olhar em teus olhos o que fez dissolver um algo daninho que crescia há pouco dentro de mim. O que outrora desenvolvia-se com força desmedida já não passa de composto orgânico, fazendo com que o que tua presença me causa floresça cada dia mais.
Ando cada dia mais fascinada pela tua beleza (,) esquisita.