domingo, 16 de dezembro de 2012

Eu devia era recolher todas essas metades de papel do chão do quarto, guardanapos escritos em mesa de bar, rabiscos nas últimas folhas de meus cadernos e transformar em livro.

sábado, 1 de dezembro de 2012

"on a drive from solution to surface"

Recebi uma carta numa terça-feira à noite contendo um pequeno abalo sísmico. Desde então encontro-me em dois lugares ao mesmo tempo - situação que vivi durante alguns bons meses no passado e ainda assim me deixa bastante desconfortável. Este estado de não-ser-não-estar-não-sentir me levou a negligenciar umas muitas coisas bastante relevantes. Devo dizer que me deixou bastante preocupada não ser capaz de me importar... senti que veria tudo ir água abaixo e não conseguiria levantar uma palha para impedir.

Até que nessa madrugada de segunda-feira algo aconteceu:

abri uma janela do Word. Escrevi uma palavra, uma linha, um parágrafo, dois. Carta feita. Enviada. Dedos cruzados e um álbum de nome Europe tocando sem parar nos meus fones cor-de-rosa. Muita, muita paz.

E me veio a cabeça uma constatação que tive numa dessas noites de tomar chá aromático na madrugada brasiliense, falando de amor e inquietação. Eu disse à minha gueixa que as coisas advêm do desejo e ela imediatamente respondeu que não, além de mostrar-me que sou a última pessoa do mundo que deveria crer nisso.

A verdade é que no decorrer de minha vida encontrei muito mais lugar para acasos incríveis do que para realização de sonhos. Por essa razão, fico tranquila com os caminhos pelos quais sou forçada a seguir. Desassossego, reclamo, proclamo as maiores injúrias, eu sei. Porém bem dentro de mim sei que vai me levar exatamente onde devo ir.

Então é isso, destino... universo... é isso. Tá aí. Coloquei mais uma vez na palma de tuas mãos.
Ajude-me a encontrar outra vez os caminhos que me levam para o mar que me chama.