sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Vive la Fête! e Júlio Cortázar.

Estava pensando agora mesmo em como distorcemos o amor, rebaixando-o à algo parecido a uma instituição ou algo assim. Nas regras e etapas e podes/não-podes. No querer isso ou aquilo ou aquilo outro. No fato de que, com o passar do tempo, nos tornamos cada vez menos flexíveis. Que preferências viram exigências.

Fiquei muito encucada com os caminhos que minha vida sentimental resolveu tomar. Fui virando uma burocrata do amor sem nem me dar conta! Logo eu, que sempre senti arrepios ao entrar em repartições públicas e encontrar cada um em seu cubículo, se escondendo confortavelmente por detrás de divisórias... ah, não!

Percebi que agora, até para amar, faço uso de diferentes departamentos.
Há que fazer análise de risco, relação de custo-benefício, seguro dos amigos em comum.
Examinar com minúcia a vida pregressa do aplicante... e tantos são os formulários a preencher!



Me alegro ao perceber a quantidade de fracassos em minhas lista de romances. É que significa que ando ignorando todos esses dados recolhidos nos dias (às vezes semanas, meses) de observação prudente do objeto de afeição. No espaço ínfimo de um olhar mais intenso sou capaz de jogar essas informações todas em um triturador de papel. Adeus, prós e contras.

Assim, sigo me jogando tolamente. E caindo de amor vez ou outra, e... sabe o que mais? Esperando forte ser sempre (e para sempre) estupidamente apaixonada.

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