quarta-feira, 3 de agosto de 2011

que eu sou cheia de porquês.

Pode-se dizer que sou uma pessoa impulsiva. Ainda assim, agindo de maneira deveras impetuosa constantemente, teria a habilidade de fornecer pelo menos um motivo para ação X. É que me perturba a ausência de explicação. Sempre fui perita em interpretação de texto. Sou capaz de passar horas e horas tentando colocar sentido até no que foi dito sem pensar. Mas isso é problema meu, não? E não quero que seja esse um espaço de exercício do meu narcisismo. Quero manifestar o que o mundo me causa. Me entende?
Para ilustrar melhor, aqui vai uma imagem que sempre me pareceu muito significativa. Sabe quando você olha alguém nos olhos bem de perto? Tão perto que é possível ver sua própria imagem na pupila alheia? Então, é mais ou menos isso. Ao jogar palavras ao vento, estou devolvendo ao mundo as impressões que ele deixa em mim. Em vez de apenas olhar o acontecer da vida, dos momentos, dos acasos, quero que o universo se digne a olhar-me de volta, de perto, a ponto de se ver no negro da minha mirada.
E é por isso que eu sinto necessidade de escrever: para que tamanha imensidão não simplesmente transborde de dentro de mim, mas tome forma e se transforme em algo mais belo.
Bom, também vejo a necessidade de explicar um algo mais sobre este blog: seu nome.
O amor do meu agora é uma expressão que escutei pela primeira vez saindo do quarto compartilhado por uma israelita e uma norueguesa no campus de um colégio internacional na Costa Rica. Falávamos de amor, eu e a menina de israel, já atrasadas para a aula. Lhe perguntei se ela achava que o namoro à longa distância com seu namorado alemão duraria e ela não soube responder. Lhe perguntei se ela achava que ele era o amor de sua vida. Ela pensou um pouco e, enquanto trancava a porta, me disse meio sem pensar que "talvez ele não seja o amor da minha vida, mas é o amor do meu agora".
Essa frase me pareceu muito curiosa porque todo o amor que havia sentido, no momento em que senti, tinha gosto de para sempre. Nunca havia concebido a possibilidade de amar alguém e ao mesmo tempo sentir que aquele sentimento poderia se extinguir, ou transformar-se em algumoutro.
Precisei de muitos adeuses para perceber a beleza não-óbvia desse conceito de "amor do meu agora"; de muitas mudanças para compreender que a iminência do fim não deve tornar algo menos valioso do que de fato é, até porque tudo na vida tem fim...
Com isso em mente, tento acordar todos os dias com disposição para receber de braços abertos o que quer que me seja designado pelo universo.
Okay, that's bullshit. Não acredite nas últimas linhas que escrevi.
A verdade é que estou em constante busca pelo que não tenho. Um dos maiores desafios da minha vida é apreciar o já. Porém, genuinamente busco maneiras de não deixar a beleza do imediato escorrer pelos meus dedos. E é por isso que escreverei sobre os amores do meu agora: desejos, sensações, pensamentos. Tudo.

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