sexta-feira, 2 de março de 2012

herr L

Eu tive uma relação intensa com um professor de música há uns anos. Era uma amizade forte, nada usual para uma menina de 12, 13 anos. Ele continuou em minha vida até meus 17, quando minha adolescência construiu um grande muro entre nós. Ainda assim, senti que era ele a pessoa certa para escrever a carta de recomendação que me levaria para longe dele, de minha casa, de minha vida.
Estava eu sentada à sua frente, na sala onde me haviam sido injetadas as primeiras doses de filosofia e alemão, e agora ele me olhava e olhava o papel na mesa.

- Você sempre mexeu com coisas sérias - no sentido de perigosas - mas nunca se envolveu (...) Eu esperava algo ruim de você, ainda bem que você direcionou sua coragem para uma coisa boa.

Sorriu.

Ele, vez ou outra, ainda me tira os pés do chão e me roda no ar.

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