segunda-feira, 6 de agosto de 2012

muse fortuite V

Sei que há maiores possibilidades de encontrá-lo a caminho do Nordeste, num ônibus caindo aos pedaços que quebraria cinco vezes durante o caminho. Ou ainda depois de um show do Gil  nos subúrbios da capital riograndense, todos absolutamente apaixonados por aquela fera septuagenária que ainda consegue bailar da primeira à última música nestes palcos da vida. Ainda assim, é incontrolável essa mania de buscá-lo pelas superquadras desta cidade. Aprendi dessa forma, de tanto procurar por suas pegadas nos meios-fios, que cair de amor na capital federal se faz perigoso pelo tanto de concreto que há em suas ruas.
Ah, e como não tentar vê-lo na multidão de um domingo como este? Sabendo que, como poucos, ele responde afirmativamente às duas perguntas essenciais na busca do homem perfeito - fala francês? gosta de jazz? - não é de se estranhar que estivesse com meu binóculo a postos, buscando entre conhecidos e desconhecidos que se maravilhavam com o som alucinante dos Dukes of Dixieland aqueles olhos de ser místico.
Nem o vi, pobre de mim. E sigo na vã busca da magia cigana de ma muse fortuite.

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