Não me atrevo a negar: gostei sim de conhecer-te. Desbravar tua timidez e descobrir que tua pele toda é de um mesmo tom etéreo foi uma aventura incrivelmente prazerosa. Fiquei maravilhada com as sensações causadas por nossas intensas trocas de fluidos. Encantei-me com o quão confortável é teu corpo tanto como cobertor quanto como travesseiro.
Pensei em chamar-te para dançar nessa sexta-feira. O sol deu o ar de sua graça durante grande parte da manhã e da tarde, o pôr dele chegou durante uma belíssima prática de Pranayama; nada mais lógico que terminar a noite exausta entre teus lençóis. Só que "a vida é fluida", me disse há tempos minha gueixa. Aconteceu de muito amor brotar em meu caminho durante a longa madrugada que se findou há pouco e faltou ocasião para tuas carícias.
A conclusão a que cheguei é que construí durante estes anos terrestres tantos alicerces, paredes e telhados de amor fraterno que qualquer rascunho de amor afetivo ameaçando entrar na casa desavisadamente não oferece tanto perigo, já que as portas e janelas não abrem com tanta facilidade. Refugiei-me no calor amistoso de uns e outros na certeza de nunca estar só.
Só que amar é multiplicar... e dentro de mim quero que caiba um mundo inteiro. Quero que se abra meu esterno para que nada segure o agigantar-se de meu coração. E quero fazer espaço para que me invadas, quero que tenhamos tempo para vivenciar a delícia desse nós da maneira mais heterodoxa possível.
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