quarta-feira, 26 de junho de 2013

terça-feira, 18 de junho de 2013

flama

Cada dia daquela semana teve quinhentas horas e todas elas passei te querendo um monte. Só que nesta hora tu não passava de silêncio e distância. Acabei por me encontrar só (só, somente só) quando não era minha escolha, e foi na marra que aprendi a ficar de boa. A deitar a cabeça no travesseiro e não listar tudo em mim que poderia ter te cansado.
Aí achei melhor tomar as rédeas de minha vida; engoli minhas emoções sentindo a boca seca e rangendo os dentes. Ignorei os soluços sempre alertas, prontos para verter em rios salgados meus nervos à flor da pele. Fiquei bem.
Bem aí tu me aparece em formato codificado, um par de frases na tela; abre meu coração tal caixa de Pandora. E dele sai tanto paradoxo que fico constantemente a ponto de te esquecer ou te pedir em casamento.
Eu devo te amar de verdade.
- Ah, então tu é formado em História? E que parte dela te interessa mais?
- Fazê-la.

domingo, 9 de junho de 2013

para as meninas do meu trio

Havia anos desde a última vez que se dera este encontro. E, para mim, não foi de forma alguma uma visita ao passado. Encontrá-las me faz pensar na vida que temos pela frente, em tudo que ainda vivenciaremos para que sempre haja pauta pra diálogo e reflexão enquanto esvaziamos um Concha y Toro. Quem diria que depois de tantos anos esta reunião se daria assim? No meu novo lar, durante uma efêmera visita de uma e às vésperas da partida da outra. Como se reencontro e despedida fossem uma mesma matéria.

Um dia o universo nos entrelaçou os destinos.
Desde então foram incontáveis os passos
para tantos, para todos os lados...
já nem lembrou qual era o plano no início do caminho.

Acordei contente. Pensando na beleza que há na passagem irrepresável dos anos, que nos trouxeram desde aqueles tempos de lúdica angústia a estes de maior consciência tanto do pesar quanto do gozo. Acho absurdamente lindo estar presente no crescimento delas e dividir também minha evolução.  A lonjura física tão presente neste amor não consegue apagar aquilo que já está grafado em letras garrafais por todo meu ser.
Sou feita de caminhadas sem rumo em tardes de quarta-feira, de pedaladas até a Ermida, de cigarros de canela, de conversas em telhados, de LP's usados, de poesia, de montanhas russas de madeira, de viagens para el sur que es nuestro norte,  de vontade de gritar compartilhada. Sou feita daquele primeiro dia de aula quando cheguei atrasada e dentre os lugares remanescentes, decidi que seria minha a carteira ao lado dela. Ou daquele milésimo dia de amizade quando não consegui pesar se a alegria do sonho que estava para realizar era maior do que a tristeza de deixá-la aqui.

E deixe que passem os anos,
refaçamos a cada dia nossos planos,
choremos desde o fundo da garganta os desenganos.

Y después salgamos de fiesta.
Ay, ya no busquemos más respuestas,
que se vaya a la mierda lo que nos molesta.

Levo uns minutos pensando em como não estragar este escrito com obviedades melosas e me parece difícil encontrar um desfecho. Deixo assim em aberto, para que haja possibilidade de adicionar o que for durante os próximos tempos. Sejam estes horas, semanas, décadas...

sábado, 18 de maio de 2013

wet (lucid) dreams #1

I thought of you picking me up and just driving, heading a place where the city lights wouldn't be able to obscure the glow of the stars. I rolled a joint that you considered complaining about and put on music you didn't like. But this all slipped off your mind as I used my fingers to gently separate your lips and blew a thick white smoke between them. I stared into your eyes too deeply, almost reading your mind. You noticed the incursion and looked away while grabbing the rolled cigarette from my hand.
We were half way through it and I was kissing every inch of your face, where you were hardly ever kissed; your nostrils, eyebrows, chin. You had your eyes closed and only opened them to watch me take a hit
- So many kisses, do I deserve all of them?
If I was to answer honestly I'd tell you no. I was perfectly aware that the amount of loving I gave you was much more than you could ever reciprocate, way more than your Aquarius would allow you to earn. So I simply gave you a kiss that should be read as
"it doesn't really matter if you deserve it or not;
all of them belong to you.
all of me too."
We laughed until our bellies started to ache and had no idea how that burst begun. I only recall it was related to our newly acquired matching burns on our thumbs and indexes. It took me a while to compose myself again. When I did so, my hands were unwittingly under your clothes. They found their way through your sweater and shirt to find the warmth of your skin.
You opened my blouse, carefully undoing the golden buttons one by one. I slowly slid to the back seat, trying to keep my eyes right on yours throughout the process. Leaving the skirt on, I took off my lacy purple undies for your viewing pleasure. Before I could catch a breath I was already feeling the weight of your body over mine. If I leaned back I could watch the silver smile of a crescent moon. And under a perfectly aligned solar system, you became Uranus just for me.